“While a mega-event is scheduled at least once every year somewhere in the world, these events are rare occurrences for the host cities and countries. The benefits of such events seem lucrative; the very fact that many countries bid to host these events suggests that the benefits - be they tangible or intangible - more often than not outweigh the costs.
Using a standard gravity model of bilateral tourism flows between 200 countries from 1995 to 2006, this paper measures a very direct benefit of such mega-events: the increase in tourist arrivals to the host country. Although ex ante expectations are that tourism numbers would increase significantly during such an event, a growing literature points to the careful appraisal of possible tourist displacement, i.e. 'regular' tourists that change their behaviour when a mega-event is held, either shifting their trip to a different time or different location.
This may result in reduced tourism gain, or even loss. In general, results suggest that mega-events promote tourism but the gain is dependent on the type of mega-event, the participating countries, the host country’s level of development, and whether the event is held during the peak- or off-season.”
Johan Fourie
Maria Santana-Gallego
URL: http://www.econrsa.org/wp171.html
(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)
|J. Cadima Ribeiro|
DOURO
A mais antiga região demarcada acolhe debate mundial sobre viticultura | ||
A Associação dos Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR), em associação com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), vai realizar, entre 26 e 29 de Maio, no Teatro Municipal de Vila Real (26 a 27 de Maio) e no Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego (28 de Maio), o Wine Affairs – Fórum Global do Vinho. Um Encontro Internacional de Viticultura, Enologia e Mercado que pretende levar ao Douro – a mais antiga Região Demarcada e Regulamentada do Mundo – o debate das questões globais do sector: Indústria do Vinho, Organizações de Mercado e Turismo Vitivinícola. Transmitindo a sua experiência centenária, o Douro estará, com este fórum, no centro do debate sobre o vinho e a vinha, partilhando com outras regiões produtoras de outros países a sua herança e o segredo da excelência com que marcou e continua a marcar o seu espaço no mundo, aliando o vinho à paisagem “Património da Humanidade”. O grande objectivo da organização é tornar o Wine Affairs – Fórum Global do Vinho uma referência mundial, destacando-se pelo contributo que pretende dar para a discussão de tudo o que está relacionado com viticultura, da tradicional produção do vinho à mais inovadora tecnologia à disposição da indústria. Pretende-se destacar a função geradora de inovação e a sua colocação ao serviço do sector. O fórum abrangerá assim toda a fileira da produção e da comercialização. Será um Fórum Global de duplo sentido: global por colocar o sector à discussão de todos os seus intervenientes dos mais variados países e global por se propor discutir todas as etapas deste sector, desde a plantação da vinha ao produto final. O Fórum será também uma forma de captar os players mundiais e os líderes de opinião mais influentes nas diferentes áreas desta indústria e, desta forma, contribuir para a afirmação do Alto Douro Vinhateiro como destino turístico de eleição, publicitando, simultaneamente, a sua oferta turística e os seus produtos emblemáticos. Para a componente técnica e científica – designada Infowine.forum –, que será realizada nos dias 26 e 27 de Maio, em Vila Real, em associação com a VINIDEAs, foram convidados especialistas de renome internacional. Entre eles estarão Peter Godden, do Australian Wine Research Institute (AWRI), de Adelaide, Austrália; António César Silva Ferreira, investigador da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica do Porto; Stefano Poni, professor associado de Viticultura da Università Católica del Sacro Cuore de Piacenza, Itália e Jamie Goode, critico de vinhos freelancer e colunista sobre vinhos para o jornal inglês The Sunday Express e editor na wineanorak.com, que chega de Londres. | ||
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Gestão descentralizada pode ser ruinosa para o Sá Carneiro
Estudo aponta impactos negativos para uma administração autónoma do aeroporto do Porto
|VIRGÍNIA ALVES - JN|
A gestão descentralizada do aeroporto Francisco Sá Carneiro seria ruinosa para esta estrutura, revela um estudo encomendado pela ANA, em contraponto com a defesa de uma gestão autónoma que é feita por algumas forças políticas do Norte.
O estudo, para identificar as vantagens e inconvenientes da gestão em rede ou independente dos aeroportos, foi encomendado pela ANA- Aeroportos Portugal ao Boston Consulting Group e à Universidade Católica e a conclusão é clara.
"De uma forma global, o Estado e os contribuintes dificilmente sairiam beneficiados com a adopção de um modelo de gestão descentralizado", lê-se no documento a que o JN teve acesso. Explicando que tal aconteceria porque "os aeroportos estruturalmente deficitários teriam que passar a ser alvo de financiamento com carácter de subsidiação, com impacto directo nos contribuintes".
Esta análise, que teve em conta dados do sector reunidos junto do BPI e do Citibank, recordam, como enquadramento, o investimento feito no aeroporto Francisco Sá Carneiro (AFSC), no Porto entre 2000 e 2005, na ordem dos 400 milhões de euros, que, como adiantam, permitiu que em 2007 fosse considerado o melhor a nível europeu.
Algo que se pode perder caso o aeroporto fique fora da rede ANA, e se o Estado não entregar o activo a custo zero, para remunerar o investimento feito.
Enumerando as consequências negativas, o estudo aponta logo os preços praticados pelo aeroporto, os quais teriam de passar a reflectir mais directamente a real estrutura de custos da infra-estrutura. Assim, uma análise do impacto do modelo de gestão separada aponta para um cenário no qual o aeroporto do Porto "teria que aumentar o preço médio cobrado por passageiro em 165%".
Uma medida que teria como consequência "a 'fuga' de companhias de baixo custo para aeroportos mais baratos (Lisboa desde logo, porque ficando aliviada de subsidiar o Porto, pode baixar os seus próprios preços em 45%)".
Por outro lado, sublinha que só em "2016 é que, pela primeira vez, a operação do AFSC geraria um montante para remunerar os activos líquidos do ano correspondente", pelo que "seria necessário um investidor com fôlego suficiente para suportar perdas acumuladas durante largos períodos de tempo".
Nesta análise, os consultores tomaram como ponto de partida a hipótese de o AFSC estar a operar de forma independente desde 2008, com base no activo líquido e montante equivalente à sua remuneração, e dizem "que só em 2028 seria compensado".
Ou seja, acrescentam, para eliminar o défice, que poderia atingir os 220 milhões de euros negativos entre 2015 e 2017, sem subsídios estatais, o aeroporto teria que aumentar o "tráfego na sua área de influência a mais cinco milhões de passageiros", o que consideram difícil, uma vez que é "um valor superior ao total de passageiros de todos os aeroportos da Galiza".
Em termos estratégicos, o estudo indica que o AFSC perderia dimensão relativa face a operadores internacionais.
No que diz respeito à concorrência, que hoje é residual entre Porto e Lisboa, "seria acrescida pela entrada em operação do serviço ferroviário de alta velocidade, sendo previsível o reforço do efeito de magneto da capital em consequência da oferta de transporte aéreo".
|VIRGÍNIA ALVES - JN|
A gestão descentralizada do aeroporto Francisco Sá Carneiro seria ruinosa para esta estrutura, revela um estudo encomendado pela ANA, em contraponto com a defesa de uma gestão autónoma que é feita por algumas forças políticas do Norte.
O estudo, para identificar as vantagens e inconvenientes da gestão em rede ou independente dos aeroportos, foi encomendado pela ANA- Aeroportos Portugal ao Boston Consulting Group e à Universidade Católica e a conclusão é clara.
"De uma forma global, o Estado e os contribuintes dificilmente sairiam beneficiados com a adopção de um modelo de gestão descentralizado", lê-se no documento a que o JN teve acesso. Explicando que tal aconteceria porque "os aeroportos estruturalmente deficitários teriam que passar a ser alvo de financiamento com carácter de subsidiação, com impacto directo nos contribuintes".
Esta análise, que teve em conta dados do sector reunidos junto do BPI e do Citibank, recordam, como enquadramento, o investimento feito no aeroporto Francisco Sá Carneiro (AFSC), no Porto entre 2000 e 2005, na ordem dos 400 milhões de euros, que, como adiantam, permitiu que em 2007 fosse considerado o melhor a nível europeu.
Algo que se pode perder caso o aeroporto fique fora da rede ANA, e se o Estado não entregar o activo a custo zero, para remunerar o investimento feito.
Enumerando as consequências negativas, o estudo aponta logo os preços praticados pelo aeroporto, os quais teriam de passar a reflectir mais directamente a real estrutura de custos da infra-estrutura. Assim, uma análise do impacto do modelo de gestão separada aponta para um cenário no qual o aeroporto do Porto "teria que aumentar o preço médio cobrado por passageiro em 165%".
Uma medida que teria como consequência "a 'fuga' de companhias de baixo custo para aeroportos mais baratos (Lisboa desde logo, porque ficando aliviada de subsidiar o Porto, pode baixar os seus próprios preços em 45%)".
Por outro lado, sublinha que só em "2016 é que, pela primeira vez, a operação do AFSC geraria um montante para remunerar os activos líquidos do ano correspondente", pelo que "seria necessário um investidor com fôlego suficiente para suportar perdas acumuladas durante largos períodos de tempo".
Nesta análise, os consultores tomaram como ponto de partida a hipótese de o AFSC estar a operar de forma independente desde 2008, com base no activo líquido e montante equivalente à sua remuneração, e dizem "que só em 2028 seria compensado".
Ou seja, acrescentam, para eliminar o défice, que poderia atingir os 220 milhões de euros negativos entre 2015 e 2017, sem subsídios estatais, o aeroporto teria que aumentar o "tráfego na sua área de influência a mais cinco milhões de passageiros", o que consideram difícil, uma vez que é "um valor superior ao total de passageiros de todos os aeroportos da Galiza".
Em termos estratégicos, o estudo indica que o AFSC perderia dimensão relativa face a operadores internacionais.
No que diz respeito à concorrência, que hoje é residual entre Porto e Lisboa, "seria acrescida pela entrada em operação do serviço ferroviário de alta velocidade, sendo previsível o reforço do efeito de magneto da capital em consequência da oferta de transporte aéreo".
A Europa está a renascer?
|Carlos Zorrinho|
As últimas semanas não têm trazido boas notícias económicas para a Europa e para os Europeus. Um brutal ataque especulativo contra a moeda única obrigou primeiro a reacções avulsas fortemente penalizadoras das economias nacionais. O fracasso evidente dessas reacções avulsas conduziu no entanto a duas atitudes muito positivas por parte da UE, com a criação dum fundo comum de intervenção e com o estabelecimento de regras de articulação orçamental entre os diversos estados membros.
Os factos não deixam dúvidas. Só quando a Europa agiu em conjunto e como um todo, o ataque foi contido e aparentemente controlado. Estamos no entanto num momento crítico e de enorme expectativa sobre os próximos movimentos.
Neste contexto aplica-se mais do que nunca a ideia de que mais vale prevenir do que remediar. A Europa tem que continuar a renascer como projecto político se quiser sobreviver como projecto económico.
Neste contexto de renascimento da dimensão política do projecto europeu é muito importante que Portugal tenha assumido em pleno o seu papel como parte integrante da solução.
Aprovando um pacote duro de contenção do deficit público, mas fazendo-o com preocupações de justiça na repartição do esforço e de salvaguarda da rede social e dos investimentos nas escolas, na energia e nos equipamentos de saúde e protecção social, Portugal afirmou uma resposta economicamente credível, mas com uma dimensão política forte.
No meio da tempestade vimos também como ao contrário do que muitos afirmam a gestão dos tempos de acção em Portugal foram os adequados. Só isso nos permitiu ser dos países com menos quebra do PIB em 2009, um dos que primeiro saiu da recessão e agora o País europeu que mais cresceu no primeiro trimestre de 2010 (1% em cadeia e 1,7% em relação ao trimestre homólogo de 2009).
Algumas das medidas necessárias de contenção do deficit terão algum impacto limitador do crescimento. É por isso que em Portugal e na Europa não podem parar os investimentos estruturantes que criam riqueza e geram emprego.
É o caso exemplar do TGV Lisboa -Madrid, cujo troço já adjudicado vai mobilizar 1300 milhões de Euros sendo 600 do Banco Europeu de Investimento e 500 de apoios comunitários. Apenas 200 milhões de euros terão que ser cobertos por fundos públicos ou privados nacionais.
Por aqui se percebe o elevado efeito multiplicador dum investimento, que além do mais é absolutamente estratégico, em particular na ligação de mercadorias Sines – Europa, num momento em que legitimamente a China aposta numa recuperação da “rota da seda” através duma rede de comboios de alta velocidade apontados ao coração económico da Europa.
Foi no “renascimento” que abrimos novas rotas ao mundo. Não as fechemos agora, neste novo renascer ainda embrionário, mas decisivo.
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As últimas semanas não têm trazido boas notícias económicas para a Europa e para os Europeus. Um brutal ataque especulativo contra a moeda única obrigou primeiro a reacções avulsas fortemente penalizadoras das economias nacionais. O fracasso evidente dessas reacções avulsas conduziu no entanto a duas atitudes muito positivas por parte da UE, com a criação dum fundo comum de intervenção e com o estabelecimento de regras de articulação orçamental entre os diversos estados membros.
Os factos não deixam dúvidas. Só quando a Europa agiu em conjunto e como um todo, o ataque foi contido e aparentemente controlado. Estamos no entanto num momento crítico e de enorme expectativa sobre os próximos movimentos.
Neste contexto aplica-se mais do que nunca a ideia de que mais vale prevenir do que remediar. A Europa tem que continuar a renascer como projecto político se quiser sobreviver como projecto económico.
Neste contexto de renascimento da dimensão política do projecto europeu é muito importante que Portugal tenha assumido em pleno o seu papel como parte integrante da solução.
Aprovando um pacote duro de contenção do deficit público, mas fazendo-o com preocupações de justiça na repartição do esforço e de salvaguarda da rede social e dos investimentos nas escolas, na energia e nos equipamentos de saúde e protecção social, Portugal afirmou uma resposta economicamente credível, mas com uma dimensão política forte.
No meio da tempestade vimos também como ao contrário do que muitos afirmam a gestão dos tempos de acção em Portugal foram os adequados. Só isso nos permitiu ser dos países com menos quebra do PIB em 2009, um dos que primeiro saiu da recessão e agora o País europeu que mais cresceu no primeiro trimestre de 2010 (1% em cadeia e 1,7% em relação ao trimestre homólogo de 2009).
Algumas das medidas necessárias de contenção do deficit terão algum impacto limitador do crescimento. É por isso que em Portugal e na Europa não podem parar os investimentos estruturantes que criam riqueza e geram emprego.
É o caso exemplar do TGV Lisboa -Madrid, cujo troço já adjudicado vai mobilizar 1300 milhões de Euros sendo 600 do Banco Europeu de Investimento e 500 de apoios comunitários. Apenas 200 milhões de euros terão que ser cobertos por fundos públicos ou privados nacionais.
Por aqui se percebe o elevado efeito multiplicador dum investimento, que além do mais é absolutamente estratégico, em particular na ligação de mercadorias Sines – Europa, num momento em que legitimamente a China aposta numa recuperação da “rota da seda” através duma rede de comboios de alta velocidade apontados ao coração económico da Europa.
Foi no “renascimento” que abrimos novas rotas ao mundo. Não as fechemos agora, neste novo renascer ainda embrionário, mas decisivo.
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TGV + viável
A solução mais viável é sem duvida trazer o TGV do Poceirão ao Pinhal Novo para uma estação terminal, onde teria três opções imediatas
1: Fertagus ou CP com comboios directos via Ponte 25 de Abril,
2: comboios via Barreiro directos ao novo terminal projectado para a Quimiparque e a utilisação dos barcos da soflusa para Lisboa
3: transporte em autocarros modernos via ponte Vasco da Gama.
Esta obra é quarenta e cinco vezes mais barata do que a nova ponte e estas três situações em questão de tempo estão à altura dos tempos previstos para esta ligação.
Assim, um passageiro que venha de Madrid demorará 2h45 minutos a chegar aLisboa, se o comboio for directo, e apenas 2h33 a chegar ao Pinhal Novo. Menos 12 minutos.
Para chegar à estação de Entrecampos, no centro de Lisboa, um passageiro que desembarque no Oriente demorará 22 minutos, 10 minutos do percurso Oriente / Entrecampos mais os 12 minutos que já vimos gastar a mais entre o Pinhal Novo e o Oriente.
Ora a ligação directa da Fertagus entre o Pinhal Novo e Entrecampos faz-se em 30 minutos num comboio normal, São só oito minutos de diferença, mas custam 2 mil milhões de euros.
Se o Pinhal Novo for utilizado como terminal do TGV ganha toda a zona Sul do País e em particular ganha o turismo do Algarve, que não tem ligações directas a Madrid.
|D'' SUL|
1: Fertagus ou CP com comboios directos via Ponte 25 de Abril,
2: comboios via Barreiro directos ao novo terminal projectado para a Quimiparque e a utilisação dos barcos da soflusa para Lisboa
3: transporte em autocarros modernos via ponte Vasco da Gama.
Esta obra é quarenta e cinco vezes mais barata do que a nova ponte e estas três situações em questão de tempo estão à altura dos tempos previstos para esta ligação.
Assim, um passageiro que venha de Madrid demorará 2h45 minutos a chegar aLisboa, se o comboio for directo, e apenas 2h33 a chegar ao Pinhal Novo. Menos 12 minutos.
Para chegar à estação de Entrecampos, no centro de Lisboa, um passageiro que desembarque no Oriente demorará 22 minutos, 10 minutos do percurso Oriente / Entrecampos mais os 12 minutos que já vimos gastar a mais entre o Pinhal Novo e o Oriente.
Ora a ligação directa da Fertagus entre o Pinhal Novo e Entrecampos faz-se em 30 minutos num comboio normal, São só oito minutos de diferença, mas custam 2 mil milhões de euros.
Se o Pinhal Novo for utilizado como terminal do TGV ganha toda a zona Sul do País e em particular ganha o turismo do Algarve, que não tem ligações directas a Madrid.
|D'' SUL|
Só 40% dos deputados estão em regime de exclusividade !
Parlamento: Regime de exclusividade pago com 10% do vencimento
500 mil € a mais para 93 deputados
A Assembleia da República (AR) gasta anualmente perto de 500 mil euros com 93 deputados que estão em regime de exclusividade, qualidade da qual o actual primeiro-ministro, José Sócrates, gozou enquanto deputado na altura em que assinou vários projectos de habitação na Guarda. Para atestar esta exclusividade de funções basta a palavra do deputado.
- 19 Abril 2010
- Por: Janete Frazão
'É suficiente a declaração do próprio', adiantou a secretária--geral da AR, Adelina Sá Carvalho, ao Correio da Manhã, acrescentando que 'em todo o caso há cruzamento de informação, visto que, nos termos do Estatuto dos Deputados, o registo de interesses contém a inscrição de todas as actividades exercidas pelo deputado'. Mas a verdade é que também este registo - em que são discriminados cargos, funções e actividades públicas e privadas exercidos - é preenchido pelos próprios deputados.
Dos 230 eleitos nas últimas eleições legislativas, 93 pediram à AR o regime de exclusividade. Segundo o Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos, este regime implica o pagamento de um 'abono mensal para despesas de representação no montante de 10% do respectivo vencimento'. Uma vez que o salário-base dos deputados é de 3.815,17 euros, isto significa que, pelo regime de exclusividade, estes recebem um abono de 370,32 euros, o que no final do mês perfaz os 4.185,49 euros.
Apesar dos dados, não é lícito dizer que os restantes 137 deputados não gozam deste regime. 'Podem não ter apresentado a tal declaração em virtude de a mesma não ter efeito no seu caso concreto', explicou Adelina Sá Carvalho. Isto porque presidente, vice-presidentes e secretários da mesa da AR, presidentes e vice-presidentes dos grupos parlamentares e presidentes das comissões já recebem uma percentagem pelo exercício desses cargos, que não é acumulável com outro abono.
PORMENORES
SOCIALISTAS DOMINAM
Da lista de deputados que requereram o regime de exclusividade de funções 52 são do Partido Socialista.
VINTE DEPUTADOS
Do PSD há 20 deputados em regime de exclusividade. Há ainda dez deputados do BE, quatro do CDS-PP e sete eleitos pelo PCP.
LÍDERES EXCLUSIVOS
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e o líder do BE, Francisco Louçã, são os únicos líderes partidários em regime de exclusividade.
A evitar na regionalização do Continente
Quantas chefias à sombra da Autonomia dos Açores?
Maio 6, 2010 por cefaria
A Região Autónoma dos Açores tem cerca de 250 mil habitantes dispersos por 9 ilhas. O povo deste Arquipélago não chega a 3% da população de Portugal, é cerca de metade dos residentes na cidade de Lisboa e um décimo das pessoas que vivem na área metropolitana da capital.
Os 19 municípios dos Açores compreendem-se pela repartição geográfica do Arquipélago e herança histórica, contudo a população desta Região é da dimensão de muitos bairros de uma grande urbe mundial ou de uma cidade de dimensão média na Europa.
Devido à distância ao Continente, a democracia criou, e bem, uma Região Autónoma, com um Governo que gere o Arquipélago.
Numa pesquisa pela internet e adições de memória procurei saber a quantidade de departamentos com estatuto diversificado que existiam nesta Região para administrar uma população equivalente à de um bairro de grande cidade e estimar a quantidade de chefias.
Não contabilizei unidades operativas como Escolas, Hospitais, Museus, Centros de Saúde, Serviços Agrários, etc. por prestarem atendimento direto, com caráter territorial e fortemente dependente da dispersão populacional tradicional e descontinuidade geográfica e que marcam a descentralização da administração que defendo.
Assim, limitei-me a departamentos administrativos e às sucedâneas sociedades anónimas que fazem o papel que deveria ser da administração, eis as primeiras contas:
1 Presidente de Governo, 1 Vice-Presidente de Governo, 2 Subsecretários Regionais, 8 Secretários Regionais e 25 Diretores Regionais. Perdi-me na contabilidade de Direções de Serviço e de Divisões, mas pela amostragem que tenho devem ser perto da centena, todos os lugares ocupados por chefias da administração ou cargos de nomeação política direta.
Identifiquei ainda associado ao Governo dos Açores: 3 Institutos, 5 Inspeções Regionais, 3 Centros, 2 Fundos, 3 Serviços Regionais, 4 Gabinetes e 1 Laboratório, que devem ter todas as suas chefias nomeadas ou por concurso que se pretendem ser isentos.
Para depois ter descoberto as seguintes empresas ou sociedades com estatutos legais vários mas que exercem funções que devem ser assumidas pela Administração: IROA SA, Azorina SA, Saúde Açores SA, Portos dos Açores SGPS, APSM SA, APTG SA, APTO SA, SPRHI SA, SPRAçores SA, Ilhas de Valor SA, Lotaçor SA. Não sei se as listei todas, cada uma tem por norma um Conselho de Administração que é próximo do Governo dos Açores, que deverão ser constituídos no mínimo por 3 pessoas, e parte das respetivas receitas vêm da Administração Regional e penso que os défices de exploração também e que devem totalizar cerca de 30 administradores (um nome diferente para estas chefias).
Assim numa região que, felizmente, recebe verbas do orçamento nacional para ser Autónoma e se administrar com as suas especificidades, que obtém fundos comunitários especiais para se desenvolver e compensar a sua ultraperifericidade que não atinge 250 mil pessoas, que não tem a seu cargo a defesa, os negócios estrangeiros, a segurança pública e a justiça, excluindo ainda serviços operativos e de proximidade, bem como o órgão legislativo, numa hora estimei quase 200 chefias ou administradores à sombra do Governo Regional.
Os Açores vivem não com um excesso de funcionários públicos, mas sim com uma abundância de gestores da autonomia enorme, apesar de tanta chefia continua entre as regiões mais pobres de Portugal e de toda a Europa.
Portugal líder na Internet
Portugal é surpresa europeia no uso da Internet
Rebeca Venâncio
03/05/10 07:55
03/05/10 07:55
Portugueses são fãs de ‘chats’, compras ‘online’ e estão entre os europeus que mais usam a Internet.
A notícia poderá amargurar os mais pessimistas, mas quando se fala do mercado de publicidade e da utilização de Internet, os portugueses já estão muito acima da maioria dos europeus. Enquanto estes, em média, navegam 11,8 horas semanais na Internet, os portugueses já lhe dedicam 13,7 horas. Mais: entre os 4,6 milhões de utilizadores com mais de 16 anos, a taxa de penetração de banda larga atinge os 93%, um dos valores mais altos da Europa, sendo que 42% afirma não conseguir viver sem Internet.
Estes são alguns dos dados do European Media Scope apresentados no final da passada semana por Alison Fennah, directora executiva da European Interactive Advertising Association (EIAA), no âmbito da conferência ‘Creative Confidential', organizada pela Microsoft.
Pela primeira vez, Portugal integra a lista de 15 países nos dados da EIAA e surge assim, no arranque, como um "país maduro e muito promissor" no que toca à utilização das ferramentas de Internet. No total, 512 milhões de pessoas inquiridas - distinguidas por idade, género e localização geográfica -, fornecem os números que permitem a marcas como Disney, eBay, Orange, Yahoo! ou BBC conhecer os hábitos, horas de exposição e interesses dos utilizadores europeus.
Em Portugal, as notícias são a prioridade de 70% dos utilizadores. Banca e finanças, filmes, desporto, informações locais, emprego e viagens estão também no topo dos interesses da população portuguesa ‘online'.
E se o que os europeus mais fazem quando navegam é aceder ao ‘email' (76%), 66% dos portugueses prefere enviar mensagens instantâneas, um valor 60% superior à média europeia, à semelhança dos blogues, onde Portugal ultrapassa os valores dos 15 países em mais de 100%.
Publicidade e comércio electrónico crescem em Portugal
A Internet é assim, progressivamente, o braço direito dos portugueses, que começam a ganhar mais confiança na navegação. Só na Europa, 268 milhões de pessoas procuram informação sobre compra de produtos na Internet, o que corresponde a 96% dos portugueses.
Em média, enquanto os europeus gastam 655 euros em compras ‘online' (em seis meses), os portugueses ficam-se pelos 391 euros, "fruto", como justifica Alison Fennah, "das condições sócio-económicas do país". Em Portugal, 59% das pessoas, mais quatro pontos percentuais que a média europeia, muda de opinião em relação à compra quando faz pesquisas na Internet, que como revela a especialista, é "um ‘e-comprador' sofisticado, ‘multitasker' num mercado maduro e em franco crescimento".
Rio de águas paradas
Rio de águas paradas
O Porto perde importância de dia para dia. O caminho da irrelevância política, económica e de representatividade geral, que tanto o embaça não tem encontrado resistências dignas de registo por parte dos políticos locais. Muitos crêem que a culpa é da obsessiva centralização que nos tem assolado e que só encontra par na lógica governativa da Grécia. Na verdade, Portugal e aquele país mediterrânico assemelham-se, terrivelmente, pelo receio obsessivo de qualquer reforma efectivamente descentralizadora e pelos maus resultados dos seus governos - a crise em que ambos se afundam faz desta similitude muito mais do que uma mera coincidência.
Mas esta explicação é insuficiente para percebermos um crepúsculo tamanho. O que distinguia o antigo espírito do Porto era a auto-suficiência. O Porto sempre se bastou a si próprio. E conseguiu recuperar das acometidas centralizadoras dos muitos que, ao longo da história, julgaram o país como uma espécie de quintal das traseiras permanentemente disponível aos ditames das suas vontades dirigistas.
Agora, tudo parece diferente. O Porto não reage, não se reafirma. Pelo contrário - acomoda-se ao seu triste estado, deixa-se abater, acabrunhado e fatalista, mal governado, conduzido por quem não imagina soluções - infelizmente, tal como acontece com o país.
A decadência do Porto não começou com Rui Rio - mas é irrefutável que esse declínio se tem acentuado com a sua gestão que não provou qualquer engenho para o fazer cessar ou refrear.
Rio nunca apreendeu que quem governa o Porto tem de conduzir uma região. Na verdade, nem sequer se vê a si mesmo como um presidente da Câmara - ele é um simples gestor do município, mal acompanhado por um decepcionante elenco de vereadores, anónimos e anódinos, que estaria politicamente mais apropriado para constituir o executivo colegial de uma cidade menor. Após a saída de Paulo Morais nunca mais ali ninguém alvitrou uma ideia ou ensaiou um esforço de diferença na administração dos interesses locais: perdido o conteúdo ético de Paulo Morais, a Câmara de Rio decaiu para os níveis de honestidade e transparência semelhantes aos dos socialistas que lá estavam antes. Aliás, algumas das suas decisões urbanísticas só não foram refutadas devido ao já proverbial mau funcionamento da Justiça.
Ganhando as eleições por falta de comparência, Rio resignou-se a gerir sem estratégia uma cidade carcomida pela desesperança em si mesma. Do Porto, fogem os mais jovens para construírem as suas vidas noutros lugares, tornando a cidade avelhentada e sem ânimo. Evidencia-se o falhanço da SRU na reabilitação da Baixa, que era, afinal, a sua grande jura eleitoral.
Rio mistura uma insípida administração com predilecções pessoais - detesta futebol, logo varreu o desporto-rei das preocupações do município; não percebe a cultura, donde invectiva-a e mascara essa insegurança com rigores orçamentais. Mas esses sisudos critérios são esquecidos quando o tema lhe é agradável - como Rio gosta de carros e de aviõezinhos, automaticamente o Porto travestiu-se em organizador de circuitos, "road shows" e "air races", não fazendo caso dos milhões de euros de prejuízos acumulados…
Rio já não tem qualquer projecto político para o Porto. Voltou a transformar a Autarquia naquilo em que esta consistia nos tempos da liderança socialista: dócil perante os empreiteiros, prenhe da política-espectáculo que nunca deixa lastro e fica longe dos princípios que tanto alardeou - não por acaso, o declínio do Porto tem uma intensa conexão com o de Portugal.
Este é um Rio que seca tudo à sua volta. A desilusão em que se tornou é atestada pela falta de sequência do seu suposto projecto político - no árido séquito que o acolita, não há um só continuador plausível. Quando este Rio desaguar, finalmente, em Lisboa, a preocupação de quem lhe suceder será a de negar e fazer esquecer os anos antecedentes: os da redução da presidência do Porto a uma gestão seca e infecunda, da estagnação volitiva, da negação da ideia do Porto e de tudo o que sempre fez a sua diferença.
|CAA|
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