Algarve pela regionalização


«O ALGARVE ESTÁ A PRECISAR DE UM CHOQUE DE ADRENALINA»


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Miguel Freitas, líder do PS Algarve, discursou para quadros do partido num jantar que assinalou o início do ano político de 2010. Foi crítico e reivindicou um maior protagonismo para a região.

«O governo foi mais centralista do que aquilo que nós gostaríamos. Achamos que é necessário aumentar o processo de desconcentração para os serviços desconcentrados do Estado. Não podemos esperar pela regionalização para poder gerir aquilo que são os nossos destinos. Há muito que pode ser feito na região», disse Miguel Freitas, presidente do PS Algarve, no discurso que fez no jantar com quadros socialistas, na passada segunda-feira, em Faro.

Na sua intervenção, Miguel Freitas expressou o desejo de que o Algarve seja colocado no «centro das prioridades do país», considerando que a década que agora se inicia é a «década da educação, da qualificação, da cultura e da informação para todos. A década do retorno ao território, à terra e ao mar, aos rios e às rias.

A década do Algarve como ecoregião».

O líder socialista e deputado, nomeado para coordenar o grupo de trabalho do Desenvolvimento Regional na Assembleia da República, adiantou, na sua intervenção, que esta década será a do «turismo sustentável. A década da imaginação, da inteligência e da alegria.

A década da regionalização. A década da Euroregião do Sudoeste Peninsular», mas, para que tal aconteça, o Algarve tem que se «preparar e agir».

Miguel Freitas reconheceu que «os últimos anos foram anos de esvaziamento dos serviços desconcentrados do Estado, da redução da capacidade de intervenção da Entidade Regional de Turismo, que não pode ser um braço do Turismo de Portugal na região, do esquecimento da agência de desenvolvimento do Algarve (Globalgarve), do esgotamento do projecto da Associação de Municípios. Isto tem que mudar, estas instituições têm que ter uma nova dimensão».

O deputado e líder do PS Algarve foi peremptório a reconhecer o reforço do papel da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, pois entende que «é preciso haver uma coordenação clara do ponto de vista do investimento público na região».

«Temos que ser rigorosos. Temos que saber escolher e as escolhas fazem-se quando todos sabemos aquilo que se vai fazer. O que vai acontecer, se não houver essa coordenação regional por parte da CCDR, é termos entidades oficiais a fazer investimentos na região que o Algarve não precisa neste momento e outras a não fazer investimentos que são urgentes.

A única forma que temos de ter um investimento rigoroso é fazer uma coordenação a nível do PIDDAC na região e isso deve ser competência da CCDR», disse Miguel Freitas. Em suma, diria, «somos uma região que está seriamente afectada no seu peso institucional e em perda de valor».

Miguel Freitas assumiu mesmo uma postura reivindicativa e considerou ser «preciso acelerar a execução do QREN, do PRODER e do PROMAR. Os atrasos no apoio ao investimento estão num momento em que começam a ser intoleráveis. É preciso avançar».

E, para ele, em 2010 devem avançar o Hospital Central do Algarve, as obras na EN 125, a ampliação do Aeroporto de Faro, o Polis da Ria Formosa e o da Costa Vicentina, a recuperação do património de Sagres, mas tudo isto deve ser feito no «quadro de uma nova agenda regional», que passa, inclusive, por «alterar profundamente o modelo económico».

A concluir, Miguel Freitas afirmou que o «Algarve está a precisar de um choque de adrenalina. Tem de sair do estado de dormência em que se encontra. Tem de construir uma consciência colectiva positiva. Tem de saber que é preciso fazer mais e sempre melhor. E isso depende muito mais de nós do que dos outros. É preciso um Algarve que se assuma. É preciso um Algarve que fale para o país e do país. É preciso um Algarve mais positivo».

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