As exportações nacionais de vinho para os Estados Unidos da América cresceram 12% entre 2008 e 2009. A relação preço/qualidade pode estar na origem deste crescimento que compensa as quebras dos dois principais mercados: Angola e França.
«Temos crescido admiravelmente nos Estados Unidos da América (EUA)», reconhece o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro. O responsável revela que as exportações do Minho, região produtora de vinho verde, para os EUA cresceram 27%.
No ano passado, aquele mercado consumiu três milhões de litros de vinho verde, mais 539 mil litros do que em 2008, o que representa um «encaixe» de 6,1 milhões de euros.
A nível nacional, entre 2008 e 2009, as exportações de vinho para os EUA cresceram 12%, passando de 73 669 hectolitros para 82 841 hectolitros e compensando.
O presidente da ViniPortugal, Francisco Borba, relaciona este aumento com a relação preço/qualidade do produto português. «A relação entre preço e qualidade revelou-se muito favorável para os vinhos portugueses», cujo consumo já «extravasa em muito» o da comunidade portuguesa.
A ViniPortugal tem apostado nos últimos três anos na promoção junto daquele mercado, tendo já investido 1,7 milhões de euros anuais. Francisco Borba acredita que estão agora «colher os frutos» desse trabalho promocional que mobiliza associações e produtores.
O presidente da CVRVV , Manuel Pinheiro, junta ao factores de sucesso, além do preço, o menor grau alcoólico dos vinhos da região do Minho. «Actualmente o mercado está a procurar produtos com menos álcool. As pessoas fazem uma gastronomia mais ligeira e escolhem vinhos mais leves».
No início deste mês, Nova Iorque acolheu a maior prova anual de sempre de vinhos portugueses: 450 brancos, tintos e verdes. A mostra contou com a presença de mais de 20 produtores. No final do mês de Abril, os vinhos nacionais voltam a estar em destaque numa iniciativa promovida pela CVRVV, que está a fechar um contrato publicitário exclusivo para Nova Iorque, com uma semana do «vinho verde» em diversos restaurantes.
Do total da produção de vinho verde, 18% (150 milhões de euros) é já direccionada para as exportações. Ao contrário do mercado nacional, dominado pelos vinhos alentejanos, nas exportações é o Minho que dá cartas. «Representamos 40% das exportações nacionais de vinho não licoroso», precisou Manuel Pinheiro.
Já Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) aponta para uma quebra das exportações, em volume, de cerca de 25% entre 2008 e 2009, muito por culpa da retracção do mercado angolano (- 61 872 hectolitros) e francês (- 64 308 hectolitros). Em causa está não só a conjuntura económica internacional mas também a concorrência «apertada» dos vinhos sul-africanos, explica o presidente da ViniPortugal, que tem dúvidas quanto à «capacidade financeira das empresas» para aproveitarem os incentivos anunciados recentemente pelo Ministério da Agricultura para aumentar o valor das exportações em 10 %, ao longo dos próximos cinco anos.
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