Só 27% dos moradores dos bairros trabalham
00h00m
CARLA SOFIA LUZ E INÊS SCHRECK
Metade dos inquilinos das 46 urbanizações sociais estava reformadaou no desemprego no final do ano passado. 57% possuem mais de 45 anos |
Metade dos 33 mil moradores dos 46 bairros municipais do Porto estava desempregada ou reformada no final do ano passado. Só 27% dos inquilinos (8910 pessoas) trabalhavam. À imagem da cidade, a população que reside em casas sociais é envelhecida.
Num país em que 800 mil famílias não conseguem uma habitação sem apoio público, o Porto tem entre 17 a 20% da população a morar em fogos camarários. O Diagnóstico Social do Porto, elaborado pela Universidade Católica, revela que 57% dos residentes nos bairros possuem uma idade superior a 45 anos e, em 14% das casas arrendadas pela Câmara, há idosos a viverem sozinhos. Regado, Duque de Saldanha, Fernão de Magalhães, Outeiro, S. Roque da Lameira e Cerco são as urbanizações onde essa realidade é mais visível. Somente 21,6% dos moradores nos 13400 apartamentos têm menos de 25 anos.
"No que respeita à situação ocupacional dos residentes no mesmo período temporal, apenas 27% se encontram activos. A maioria estava reformada (29%), 22% estavam não activos e 21% enfrentavam o desemprego", lê-se no estudo. Isso significa que 6930 inquilinos não tinham emprego e 9750 estavam aposentados em Dezembro de 2009.
Em média, os rendimentos dos moradores nos 46 bairros sociais rondam os 855 euros. No entanto, contam-se 23 empreendimentos com valores inferiores, como é exemplo o bairro de Vale Formoso, na freguesia de Paranhos. Aí, a média dos rendimentos não vai além dos 121,82 euros.
26 mil beneficiam de RSI
Além das fronteiras dos bairros, a cidade registou, nos primeiros meses do ano passado, um aumento "muito expressivo e preocupante" do número de requerentes de pensão social. O mesmo sucedeu com os pedidos do Rendimento Social de Inserção (RSI).
"Em 2007, registavam-se no distrito do Porto cerca de 1300 requerimentos de Rendimento Social de Inserção por mês, número que em 2009 disparou para uma média de cerca de 3024 por mês", indica-se no diagnóstico. Contudo, as situações mais graves encontram-se em Gaia e em Matosinhos. O Porto surge no terceiro lugar da lista, somando mais de 26 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção no final do primeiro trimestre de 2009.
Das 16 freguesias, Campanhã lidera com 3221 famílias beneficiadas.
Não estranha, por isso, que 61% dos estudantes nos jardins-de-infância e nas primárias do município recebam ajudas da Acção Social Escolar. "Estes apoios têm-se revelado muito importantes para a promoção do acesso e frequência escolares, mas já não têm uma repercussão tão clara nos níveis de sucesso escolar", como é referido no documento, desenvolvido pela equipa liderada por Joaquim Azevedo e Isabel Baptista, que foi distribuído ontem aos vereadores da Câmara do Porto.
O desemprego também afecta os portuenses, sobretudo as pessoas com menores habilitações literárias. Ainda assim, 12,5% dos 13926 desempregados inscritos nos centros de emprego da cidade no final do primeiro trimestre de 2009 tinham habilitações de nível superior. 46% têm entre 35 e 54 anos.
O desemprego também afecta os portuenses, sobretudo as pessoas com menores habilitações literárias. Ainda assim, 12,5% dos 13926 desempregados inscritos nos centros de emprego da cidade no final do primeiro trimestre de 2009 tinham habilitações de nível superior. 46% têm entre 35 e 54 anos.
Com base nos dados de 2007 e de 2008, o estudo aponta para a perda de 16 habitantes por dia, em média, ao longo do ano passado. O Porto tem cada vez menos residentes. Há dois anos, eram 216 mil. 20,7% tinham idade igual ou superior a 65 anos e 54,8 % eram mulheres. "Os homens encontram-se em maior número apenas nos grupos populacionais dos 0 aos 14 e dos 15 aos 24 anos".
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